2017 foi um ano incrível, onde consegui realizar quase todos os objectivos que tinha delineado no início do ano. Viajei muito, explorei cidades de cinco países diferentes, incluindo algumas de Portugal. Comecei um doutoramento, desisti no mês seguinte e voltei a iniciar um projecto académico, projecto esse que se adequa a mim e ao que eu pretendo fazer da minha vida. Pelo meio, fui a vários eventos enquanto blogger e colaborei com algumas marcas que nunca antes tinha trabalhado. Infelizmente, fui também ao meu primeiro funeral e tive um acidente de carro, uma experiência totalmente nova para mim e que não correu como o esperado. Bem, pelo menos, numa primeira etapa e é isso que hoje venho partilhar com vocês.

Antes de vos contar como foi toda a história do acidente, deixem-me por-vos a par da minha condução: eu não gosto de conduzir, mas até acho que não me safo mal. Ando a uma velocidade que eu chamo de segura e controlada e que, para a maioria das pessoas, é capaz de ser um pouco lenta. Ora no dia em questão, tinha chovido um pouco, mas nada de especial. Também não era uma hora de muito trânsito. Basicamente, passei a seguir ao almoço numa via com prioridade e reparei num veículo que tinha ar que não ia respeitar o seu sinal de STOP. Eu ainda buzinei e travei, mas, mesmo assim, ele bateu-me no lado direito do carro. Até aqui tudo bem, pensei eu. A situação era simples de perceber, não havia dúvidas do que tinha acontecido e só precisávamos de assinar a declaração amigável de acidente. Os problemas começaram quando um dos senhores saiu da viatura, olhou para mim e pensou que eu seria um alvo fácil de enganar. Primeiro disse que a culpa era minha, que eu é que lhe tinha batido e que ele estava parado. Obviamente, eu não me fiquei e respondi que não era bem assim e que ele é que devia ter respeitado o sinal de STOP. Ele continuou a teimar, até que apareceram imensos populares que ficaram do meu lado e disseram que o senhor se estava a tentar aproveitar do facto de eu ser nova e ter um aspecto ainda mais jovial. O passo seguinte foi chamar a polícia, um filme que eu nunca pensei que fosse acontecer. Tentei ligar para a esquadra da zona do acidente e eles não atenderam. Tentei duas, três vezes e nada! Decidi ligar para o 112 e, assim que disse que não havia feridos, mandaram-me ligar para um outro número, número esse que me pôs em espera e nunca respondeu. Entretanto, saíram mais dois senhores do carro e os três continuaram a barafustar até que se aperceberam que eu não ia desistir de contactar a polícia. Aí começaram a dizer que o meu carro estava óptimo e que tinha sido apenas uma leve batida, batida essa que se resolvia com uns pozinhos mágicos quaisquer. Nesta altura, eu ainda não tinha saído do meu carro e, mal o fiz, apercebi-me que ele estava tudo menos óptimo. Os dois faróis do lado direito estavam deslocados, já para não falar do pára-choques que ficou todo arranhado. Ora, o meu veículo é novo e, como é óbvio, eu não queria nenhuns pós milagrosos. Queria sim que ele voltasse para a oficina e saísse impecável, tal como estava antes do acidente. Entretanto, um dos populares conseguiu comunicar com a polícia, mas as notícias não eram boas: não havia nenhuma brigada de trânsito disponível, pois a única existente tinha sido chamada para um atropelamento e eu tinha que esperar. Assim foi, esperei e esperei bastante! O trânsito começou a ficar caótico, a esquadra recebeu cada vez mais chamadas a pedirem auxílio e, inclusive, apareceu uma brigada para tentar, sem grande sucesso, acabar com o problema. Assisti a uma cena de good cop, bad cop e tive muita paciência. No final, mais de 2h30 depois, a polícia de trânsito chegou, resolveu a ocorrência em dois minutos (literalmente) e pronto... Ficou tudo bem!
Nisto tudo, aprendi duas coisas: há muito mais gente do que eu pensava a tentar aproveitar-se da ingenuidade e da boa vontade dos jovens e a polícia nem sempre está lá quando precisamos. Toda esta situação do tempo de espera podia-se ter tornado muito mais complicada se não existissem tantos populares na rua aquela hora.
E vocês, já passaram por uma situação destas? Se sim, como resolveram?